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A recente morte de uma mulher – decorrente de linchamento de mulher no interior de São Paulo – confundida com retrato de uma suposta sequestradora de crianças traz à baila interessante ensinamento do professor de Português Ari Riboldi, autor dos livros “O Bode Expiatório” (1,2,3).
Ele registra que a palavra ´linchar´ tem uma origem curiosa e interessante. O capitão e fazendeiro americano William Lynch (1742-1820), morador do Estado da Virgínia, criou – mediante funesto pacto com os vizinhos – um tribunal privado.
Por meio de processo sumário, tinha o poder de julgar, condenar e matar os que praticassem crimes dentro daquele espaço. O fato ficou conhecido como “Lynch law”, lei de Lynch, de onde se originou o verbo “to linch”, em inglês.
O verbo linchar, em português, é definido como “executar, sumariamente e por decisão coletiva, criminoso ou alguém suposto de sê-lo”.
Com “lei de Lynch” ou sem, houve e haverá linchamentos, sempre injustificados, pois a multidão se move por instintos raivosos e passionais. Alguém começa o ato de execução e a massa, por instinto e instigada, soma-se aos agressores e muitas mãos anônimas tornam-se assassinas, cometendo crime pior daquele supostamente praticado pelo indivíduo apanhado em flagrante. É a tentativa de fazer justiça pelas próprias mãos, à revelia da lei e do Estado, que ocasiona a morte de muitos inocentes.